O memorial como gênero discursivo na universidade: SULEAR para valorizar e partilhar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33361/RPQ.2023.v.11.n.28.595

Palavras-chave:

Memorial, Escrita na universidade, Práticas pedagógicas suleares

Resumo

Com base nos relatos socializados por meus/minhas discentes na avaliação final da disciplina Prática de Textos, almejo dar visibilidade aos comentários relativos à prática de escrita do gênero memorial, de modo a investigar como a experiência de escrever sobre si na universidade, ao transcender propostas de tarefas pedagógicas coloniais, suleia para valorizar e partilhar. No âmbito metodológico, opto pela pesquisa qualitativa, a qual possibilita uma perspectivação epistêmica crítica, pós-abissal, (inter)subjetiva e ideologicamente marcada, que, em certa medida, denuncia concepções únicas (e idealizadas) de ensino de texto na universidade. No âmbito teórico-analítico, analiso fragmentos de textos referentes ao processo de escrita do memorial, à luz de um conjunto de reflexões trazidas pela linguística aplicada, instigada pela pedagogia crítica e emancipatória. Por fim, considero que devemos privilegiar práticas pedagógicas suleares em prol de um ensino mais simétrico, mais dialógico, mais participativo, mais crítico e pós-abissal.

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Publicado

2023-12-02

Como Citar

Albuquerque, R. (2023). O memorial como gênero discursivo na universidade: SULEAR para valorizar e partilhar. Revista Pesquisa Qualitativa, 11(28), 882–907. https://doi.org/10.33361/RPQ.2023.v.11.n.28.595