Os corpos delas e suas marcas: o narrar de professoras-pesquisadoras-mulheres(negras)
DOI:
https://doi.org/10.33361/RPQ.2025.v.13.n.37.1371Palavras-chave:
Política de Escrita, Perspectivismo, Epistemologia Outras, Interseccionalidade, Educação MatemáticaResumo
Este artigo propõe um exercício cartográfico que busca movimentos, desvios, potências, fissuras, que emergem nas narrativas das autoras como espaços outros para (re)pensar a pesquisa e a formação docente em uma (educação) matemática. Por meio de experiências e vivências marcadas por desigualdades de classe, gênero e raça, tensionam-se as pretensões de neutralidade do saber matemático. Inspiradas pela Interseccionalidade, pelas epistemologias decoloniais e por uma política da narratividade, as autoras performam uma crítica encarnada à racionalidade hegemônica, evocando afetos, histórias e corporeidades. Com base no perspectivismo, compreendem o conhecimento como relacional e situado, e, a partir do conceito de corpo sem órgãos, revelam o desejo de escapar das capturas normativas e padronizadas da nossa sociedade. A equivocidade é acolhida como potência criadora. A pesquisa se inscreve como ato de resistência e a escrita, como gesto insurgente, onde o pensamento brota nas dobras insubordinadas do vivido e abre caminhos outros como formas de (re)existir.
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