Política de formação de professoras e coordenadoras de Salvador – BA: narrativas como dispositivos para resistir e (re) existir
DOI:
https://doi.org/10.33361/RPQ.2025.v.13.n.35.1186Palavras-chave:
Formação, Narrativas, Experiências profissionaisResumo
Neste trabalho, busca-se analisar a política de formação docente de Salvador-BA, a partir de escritas narrativas de professoras e coordenadoras, numa tentativa de compreender como estas vivenciam e incorporam as disposições da política municipal em suas práticas cotidianas. Trata-se de um estudo qualitativo, sob os princípios epistêmicos metodológicos da pesquisa narrativa e do método (auto)biográfico. As dez colaboradoras que participaram deste estudo narram sobre si, suas experiências vividas na vida-profissão e caracterizam seus processos de formação, conhecimento e prática sobre a política de formação instituída da Rede de educação de Salvador, implementada pela Secretaria Municipal de Educação (SMED). A partir da interpretação compreensiva, percebe-se que as narrativas revelam dispositivos de resistências e (re)existências experienciados por essas profissionais que fomentam nos seus cotidianos formas singulares de garantir a formação em suas unidades escolares, planejando e realizando encontros coletivos em espaços e tempo organizados internamente e garantindo, com autonomia, momentos de reflexões sobre as práticas pedagógicas, demonstrando a necessidade de visibilização na implementação e avaliação da política de formação e não só na sua execução.
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