O protagonismo das mulheres do movimento sem terra no vale do Rio Doce – MG: uma abordagem qualitativa sobre as práticas populares de saúde
DOI:
https://doi.org/10.33361/RPQ.2023.v.11.n.27.589Palavras-chave:
Pesquisa qualitativa, Protagonismo das mulheres do campo, Práticas populares de saúde, MST, CuidadoResumo
Com vistas a trabalhar a temática da saúde das mulheres, este artigo tem por objetivo, compreender e analisar as narrativas sobre as práticas populares de saúde de sete mulheres assentadas e acampadas do Vale do Rio Doce, a partir de entrevistas realizadas entre os anos de 2021 e 2022.Tal temática, pouco explorada na literatura sobre mulheres rurais, atravessa a discussão sobre a ocupação e permanência na terra e seus processos históricos. Associado a isso, discute-se o conceito de cuidado, relacionado ao papel político que as mulheres desenvolvem na luta pela terra. O trabalho conta com a metodologia qualitativa, aliada às discussões nos campos da história oral, história das mulheres e pesquisa participante. Como resultado foi possível apurar, que a saúde popular, além de ser um cuidado necessário à saúde da militância, torna-se uma forma do fazer político, em que, as mulheres tornam-se protagonistas assumindo tarefas de frente dentro do movimento.
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