Percursos docentes: educação, experiência e pesquisa autobiográfica
DOI:
https://doi.org/10.33361/RPQ.2025.v.13.n.35.1050Palavras-chave:
Experiência, Narrativa, Tempo, Formação de professores, CriaçãoResumo
O presente artigo visa refletir sobre a formação de professores em nível superior, com e a partir de uma caminhada atencional (Ingold, 2015) desenvolvida em uma disciplina do curso de pedagogia de uma universidade pública. Em “narrar a experiência”, o texto expõe críticas à perspectiva teleológica da educação e denuncia a existência de uma “imagem dogmática” da docência (Deleuze, 2009). A caminhada, ao ser narrada, se configura como um dispositivo capaz de forjar mudanças nas percepções e expectativas dos e das estudantes em relação à formação e, por conseguinte, deslocamentos no modo de conceber o trabalho do professor ou da professora. Em “pensar a experiência narrada”, procura-se construir uma cartografia capaz de dar visibilidade aos novos sentidos expressos pelos e pelas estudantes. Perpassando todo o texto, encontra-se a defesa da “política da narratividade” (Passos; Barros, 2009) como um modo de afirmar uma pesquisa (autobiográfica).
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