Percursos docentes: educação, experiência e pesquisa autobiográfica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33361/RPQ.2025.v.13.n.35.1050

Palavras-chave:

Experiência, Narrativa, Tempo, Formação de professores, Criação

Resumo

O presente artigo visa refletir sobre a formação de professores em nível superior, com e a partir de uma caminhada atencional (Ingold, 2015) desenvolvida em uma disciplina do curso de pedagogia de uma universidade pública. Em “narrar a experiência”, o texto expõe críticas à perspectiva teleológica da educação e denuncia a existência de uma “imagem dogmática” da docência (Deleuze, 2009). A caminhada, ao ser narrada, se configura como um dispositivo capaz de forjar mudanças nas percepções e expectativas dos e das estudantes em relação à formação e, por conseguinte, deslocamentos no modo de conceber o trabalho do professor ou da professora. Em “pensar a experiência narrada”, procura-se construir uma cartografia capaz de dar visibilidade aos novos sentidos expressos pelos e pelas estudantes. Perpassando todo o texto, encontra-se a defesa da “política da narratividade” (Passos; Barros, 2009) como um modo de afirmar uma pesquisa (autobiográfica).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fabiana Fernandes Ribeiro Martins, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Possui graduação em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2013), graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2010), mestrado em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2014) e doutorado em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2020). Atualmente, é professora adjunta da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Filosofia da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, filosofia, infância, arqueologia do saber, pesquisa e conhecimento.

Referências

ALVAREZ, J.; PASSOS, E. Cartografar é habitar um território existencial. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. da. (org.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2009. p. 131-149.

BIESTA, G. The beautiful risk of education. Boulder and London: Paradigm Publishers, 2013.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF: 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 26 fev. 2025.

CITTON, Y. Pour une écologie de l`attention. Paris: Seiul, 2014.

CLANDININ, J.; CONNELLY, M. Pesquisa narrativa: experiências e história na pesquisa qualitativa. Uberlândia: EDUFU, 2011.

DELEUZE, G. Diferença e repetição. São Paulo: Graal, 2009.

DELEUZE, G. Os intelectuais e o poder. In: DELEUZE, G. Ilha deserta e outros textos. São Paulo: Iluminuras, 2006. p. 265-273.

DELEUZE, G. Proust e os signos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. Rio de Janeiro: Editora 34, 2000. v. 1.

DELEUZE, G. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. Rio de Janeiro: Editora 34, 2012. v. 3.

DELEUZE, G. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. Rio de Janeiro: Editora 34, 1997. v. 4. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-93131998000200008

DIAS, R. Formação inventiva de professores. Rio de Janeiro: Lamparina, 2012.

FOUCAULT, M. A escrita de si. In: FOUCAULT, M. Ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006. v. 5. p. 144-162.

HARAWAY, D. Ficar com o problema: fazer parentes no Chthuluceno. São Paulo: n-1 edições, 2023.

INGOLD, T. Dédalo e o labirinto: caminhar, imaginar e educar a atenção. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 21, n. 44, p. 21-36, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-71832015000200002

KASTRUP, V. A invenção de si e do mundo. Uma introdução do tempo e do coletivo no estudo da cognição. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

KOHAN, W. A infância da educação: o conceito devir-criança. In: KOHAN, W. Infância, estrangeiridade e ignorância. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

MASSCHELEIN, J. E-ducando o Olhar: a necessidade de uma pedagogia pobre. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 33, n. 1, p.35-48, 2008. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/6685. Acesso em: 17 fev. 2025.

MASSCHELEIN, J.; SIMONS, M. Em defesa da escola: uma questão pública. Tradução de Cristina Antunes. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

PASSOS, E.; BARROS, R. Por uma política da narratividade. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. da. (org.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2009. p. 150-171.

STENGERS, I. No tempo das catástrofes. São Paulo: Cosac Naif, 2015.

Downloads

Publicado

2025-07-01

Como Citar

MARTINS, F. F. R. (2025). Percursos docentes: educação, experiência e pesquisa autobiográfica. Revista Pesquisa Qualitativa, 13(35), 107–133. https://doi.org/10.33361/RPQ.2025.v.13.n.35.1050

Edição

Seção

PESQUISAS COM NARRATIVAS (AUTO) BIOGRÁFICAS: LADRILHANDO PERCURSOS E EXPERIÊNCIAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E NA DOCÊNCIA

Artigos Semelhantes

<< < 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.