Apontamentos iniciais sobre o “tempo empilhado”: ações do(c)entes na sociedade do cansaço

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33361/RPQ.2025.v.13.n.37.1392

Palavras-chave:

Tempo, Tempo empilhado, Adoecimento docente, Subversão, Arte

Resumo

Este ensaio teórico objetiva

refletir sobre as novas relações humanas com o tempo e como isso tem impactado nas ações do docente de matemática

. A partir da conceituação do “tempo” elaborada por Aristóteles, Santo Agostinho e Kant, problematiza-se a vivência do indivíduo com esses modos de entender o tempo para, a seguir, desvendar novos padrões de comportamento que estão associados, na atualidade, ao que se nomeia “tempo empilhado”. Posteriormente, discute-se como o tempo empilhado tem se caracterizado como um novo tempo da docência, que direciona os professores à autoexploração, favorecendo um ambiente de adoecimento docente. Por fim, apresenta-se uma possibilidade de subversão e resistência a este tempo empilhado, que se volta à arte como instrumento possível para o docente resgatar o par experiência/sentido. O ensaio foi escrito a partir de uma pesquisa bibliográfica, acerca das ideias filosóficas apresentadas, seguida de uma pesquisa exploratória, no que tange ao material empírico analisado.

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Publicado

2025-12-09

Como Citar

Montoito, R., & Dalcin , A. (2025). Apontamentos iniciais sobre o “tempo empilhado”: ações do(c)entes na sociedade do cansaço. Revista Pesquisa Qualitativa, 13(37), 332–356. https://doi.org/10.33361/RPQ.2025.v.13.n.37.1392

Edição

Seção

Filosofia da Educação Matemática

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