Os corpos delas e suas marcas: o narrar de professoras-pesquisadoras-mulheres(negras)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33361/RPQ.2025.v.13.n.37.1371

Palavras-chave:

Política de Escrita, Perspectivismo, Epistemologia Outras, Interseccionalidade, Educação Matemática

Resumo

Este artigo propõe um exercício cartográfico que busca movimentos, desvios, potências, fissuras, que emergem nas narrativas das autoras como espaços outros para (re)pensar a pesquisa e a formação docente em uma (educação) matemática. Por meio de experiências e vivências marcadas por desigualdades de classe, gênero e raça, tensionam-se as pretensões de neutralidade do saber matemático. Inspiradas pela Interseccionalidade, pelas epistemologias decoloniais e por uma política da narratividade, as autoras performam uma crítica encarnada à racionalidade hegemônica, evocando afetos, histórias e corporeidades. Com base no perspectivismo, compreendem o conhecimento como relacional e situado, e, a partir do conceito de corpo sem órgãos, revelam o desejo de escapar das capturas normativas e padronizadas da nossa sociedade. A equivocidade é acolhida como potência criadora. A pesquisa se inscreve como ato de resistência e a escrita, como gesto insurgente, onde o pensamento brota nas dobras insubordinadas do vivido e abre caminhos outros como formas de (re)existir.

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Biografia do Autor

Tatiane da Silva Alves, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Doutoranda em Educação Matemática pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática (PPGEDUMAT) pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Mestre em Ensino de Ciência e Matemática (PPGECMat) pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Especialização em Educação Especial/Educação Inclusiva/ Múltiplas Deficiências. Graduação em Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD (2021). É bolsista CAPES no doutorado atualmente, foi bolsista da CAPES no mestrado pelo período de 2022 à 2024 e pelo subprojeto de matemática do Programa Residência Pedagógica-PRP/UFGD no período de 2020 a 2022. Foi editora associada da Revista de Educação Matemática Tangram pelo período de 2022 à 2024. Foi representante discente no Conselho Diretor da FACET- UFGD no período de 2022 à 2023. Faz parte da Comissão de Eventos e Publicações e da Comissão de Internacionalização do PPGEduMAT- UFMS. É integrante do Grupo História da Educação matemática em Pesquisa (HEMEP). Tem interesse em temas como: Pós-humanismo, História Oral, Cartografia Rizomática, Filosofia e Educação Matemática, Educação Indígena, Narrativas.

Thays Alves de Oliveira, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Atualmente, é doutoranda em Educação Matemática pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da UFMS (PPGEduMat). Mestra em Educação Matemática pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da UFMS (PPGEduMat) (2024). Possui graduação em Licenciatura em Matemática pela Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2021), foi bolsista pelos Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e pelo Programa de Residência Pedagógica, ambas em Matemática. Atualmente faz parte dos Grupos de Pesquisa: NIEMS - Núcleo de Investigações em Educação Matemática e Sociedade e FAEM - Formação, Avaliação e Educação Matemática, ambos do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Onde pesquisa sobre o processo de formação de professoras negras, ou seja, Questões Raciais na Educação Matemática. Apresenta interesse nos seguintes temas: Formação de Professoras; Questões Raciais; Questões Sociais e Políticas; Debate de Gênero; Negritude; Identidade; Feminismo Negro; Interseccionalidade.

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Publicado

2025-12-09

Como Citar

Alves, T. da S., & Oliveira, T. A. de. (2025). Os corpos delas e suas marcas: o narrar de professoras-pesquisadoras-mulheres(negras). Revista Pesquisa Qualitativa, 13(37), 423–448. https://doi.org/10.33361/RPQ.2025.v.13.n.37.1371

Edição

Seção

Filosofia da Educação Matemática

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