Plataforma Brasil e suas tessituras
DOI:
https://doi.org/10.33361/RPQ.2021.v.9.n.22.518Resumo
Este estudo tem como objetivo mostrar os impactos, experimentados por cientistas, provocados pela obrigatoriedade de submissão das pesquisas oriundas das Ciências Humanas e Sociais à Plataforma Brasil. Para iniciar o estudo, pedimos um depoimento sobre essa experiência aos participantes do GT Psicologia & Fenomenologia. Continuamos a averiguar as dificuldades encontradas nos artigos e textos de pesquisadores da área de Humanas e Sociais. Com esses depoimentos e textos acerca do tema, concluímos que as queixas se dirigem a questões como: burocracia do processo de submissão; exigência metodológica incompatível com as pesquisas qualitativas; avaliadores de outras áreas que não compreendem os procedimentos das pesquisas qualitativas; rigidez do sistema. Prosseguimos o estudo mostrando a necessidade de controle das pesquisas para que não se repitam as atrocidades cometidas em seres humanos, em nome da ciência, durante a Segunda Guerra Mundial e, ao mesmo tempo, mostramos como a pesquisa de Viktor Frankl pôde ocorrer, nessa mesma guerra, sem causar nenhum prejuízo aos sujeitos da pesquisa. Apresentamos os diferentes códigos e normativas reguladoras das pesquisas estabelecidos: Código de Nuremberg, Resolução de 2012 e o sistema CEP/CONEP, além do diálogo das Ciências Humanas e Sociais com esses códigos. Por fim, problematizamos as noções de ética, moral, hybris e métron, para, dessa forma, concluirmos que o homem moderno precisa de normas já que se esqueceu da medida própria às relações. E para lembrar dessa medida é preciso que possamos poder ver a Plataforma Brasil em suas tessituras.
Palavras-chaves: Plataforma Brasil; Segunda Guerra Mundial; Viktor Frankl; Ética.
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