Realismo Agencial e educações matemáticas: uma con/figuração
DOI:
https://doi.org/10.33361/RPQ.2025.v.13.n.37.1407Palavras-chave:
Educações Matemáticas, Realismo Agencial, Leitura Difrativa, Filosofia da Educação MatemáticaResumo
O objetivo deste artigo é produzir reverberações entre o Realismo Agencial, conforme articulado por Karen Barad, e educações matemáticas que se performam como práticas, movimentos e convites múltiplos, situados e sempre-em-produção. Ao tensionar modos normativos de produção de saberes, insinuamos possibilidades de existências outras, que se materializam discursivamente em meio às dobras do cotidiano escolar e acadêmico. A escrita se constrói como gesto difrativo e performativo, operando com conceitos como fenômeno, intra-ação, cortes agenciais, aparatos e respons-abilidade — não como ferramentas explicativas, e sim como companhias conceituais que cortam, embaralham e reconfiguram sentidos. Con/figuramos fronteiras entre teoria e prática, sujeito e objeto, epistemologia e ontologia, não para delimitá-las, mas para expô-las em suas instabilidades, em um compor, conversações, em uma dobra de pensamento, uma torção que intensifica um gesto de deslocamento, uma fresta nestas e outras con/figurações: um exercício filosófico em educações matemáticas.
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