A educação permanente e as práticas em saúde: concepções de uma equipe multiprofissional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33361/RPQ.2019.v.7.n.14.268

Resumo

Resumo: A Educação Permanente em Saúde (EPS) reconhece que é possível por meio de um processo reflexivo, o cuidado integral e humanizado. O objetivo deste estudo foi analisar como uma estratégia de EPS mobilizou a prática da equipe multiprofissional em uma unidade hospitalar. Estudo qualitativo, composto por três etapas: dois grupos focais, realizados de forma prévia e posterior à intervenção subsidiada pelo Planejamento Estratégico Situacional. Utilizou-se como referencial metodológico, o Discurso do Sujeito Coletivo. Nos resultados verificou-se ganho de conhecimentos, novas habilidades e atitudes exploradas a partir da subjetividade dos encontros. Mudanças aconteceram com relação à identificação da potencialidade da EPS, seus alcances e efetividade como ferramenta de gestão e de construção de uma práxis. A organização desta proposta pode ser motivadora para a realização de EPS em outros espaços, por permitir a grupalidade e a cogestão de processos de trabalho.

Palavras-chave: Educação Permanente em Saúde; Integralidade em saúde; Capacitação em Serviço; Planejamento em Saúde.

 

Permanent education and the health practices: perceptions of the multiprofessional-team

Abstract: The Permanent Education in Health (PEH) recognizes that it is possible through a reflexive process, the integral and humanized care. The objective of this study was to analyze how a strategy of PEH mobilized the practice of the multiprofessional team in a hospital unit. Qualitative study, composed of three stages: two focus groups, carried out before and after the intervention subsidized by the Strategic Situational Planning. The Collective Subject Discourse was used as methodological reference. In the results it was verified gain of knowledge, new abilities and attitudes explored from the subjectivity of the meetings. Changes occurred in relation to the identification of the potentiality of EPS, its scope and effectiveness as a tool for management and construction of a praxis. The organization of this proposal can be motivating for the execution of EPS in other spaces, because it allows grouping and co-management of work processes.

Keywords: Permanent Education in Health; Integrality in health; Training in Service; Health Planning.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Márcia Parente Silva Lamante, Faculdade de Medicina de Marília

Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde. Famema.

Mara Quaglio Chirelli, Faculdade de Medicina de Marília

Enfermeira. Docente na Faculdade de Medicina de Marília. Doutora em Enfermagem pela EERP-USP

Danielle Abdel Massih Pio, Faculdade de Medicina de Marília

Assistente de Ensino na Faculdade de Medicina de Marília. Doutora em Saúde Coletiva, Unesp, Botucatu.

Silvia Franco da Rocha Tonhom, Faculdade de Medicina de Marília

Enfermeira. Docente na Faculdade de Medicina de Marília. Doutora em Educação pela Unicamp.

Maria Cristina Martinez Capel, Faculdade de Medicina de Marília

Enfermeira. Docente na Faculdade de Medicina de Marília. Doutora em Enfermagem Fundamental pela USP

Maria Elizabeth da Silva Hernandes Corrêa, Hospital Beneficente Unimar

Médica. Diretoria de Ensino e Pesquisa ABHU. Doutora em Saúde Pública pela USP

Referências

ARRUDA, M. P.; ARAÚJO, A. P.; LOCKS, G. A.; PAGLIOSA, F. L. Educação permanente: uma estratégia metodológica para os professores da saúde. Rev Bras Educ Méd, Rio de Janeiro, v. 32, n. 4, p. 518-24. Dez. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbem/v32n4/v32n4a15.pdf. Acesso em: 22 nov 2015.

AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D.; HANESIAN, H. Psicologia educacional. Tradução para português, de Eva Nick et al .1. ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980.

BARTH, P. O. et al. Educação permanente em saúde: concepções e práticas de enfermeiros de unidades básicas de saúde. Rev. Eletrônica Enferm., Goiânia, v.16, n. 3, p.604-611, set. 2014. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/fen/article/view/22020/17542. Acesso em: 29 jan. 2019.

BATISTA, K. B. C.; GONÇALVES, O. S. J. Formação dos profissionais de saúde para o SUS: significado e cuidado. Saúde Soc., São Paulo, v. 20, n. 4, p. 884-899, dez. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v20n4/07.pdf. Acesso em: 26 jan. 2019.

CAMPOS, G. W. S.; CUNHA, G. T.; FIGUEIREDO, M. D. Práxis e formação Paideia: apoio e cogestão em saúde. 1. ed. São Paulo: Hucitec, 2013.

CECCIM, R. B.; FEUERWERKER, L. C. M. O quadrilátero da formação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção e controle social. Physis (Rio J.), Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 41-65, jun. 2004.

DELUIZ, N. Projovem trabalhador: avanço ou continuidade nas políticas de qualificação profissional? Bol. Téc. Senac, Rio de Janeiro, v. 36, n. 2, p. 19-31, maio/ago. 2010. Disponível em: http://www.bts.senac.br/index.php/bts/article/view/232/215. Acesso: 29 jan. 2019.

FEUERWERKER, L. C. M. Micropolítica e saúde: produção do cuidado, gestão e formação. 1. ed. Porto Alegre: Rede Unida, 2014.

HOFFMANN, L. M. A.; KOIFMAN, L. O olhar supervisivo na perspectiva da ativação de processos de mudança. Physis (Rio J.), Rio de Janeiro, v. 23, n. 2, p. 573-587, jun. 2013.

LAMANTE, M. P. S. et al. Análise de um percurso de Educação Permanente em Saúde: do planejamento à construção da práxis. In: CONGRESSO IBERO AMERICANO EM INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA, 7., 2018, Fortaleza. Atas... Aveiro: Ludomedia, 2018. p. 346-354. Disponível em: https://proceedings.ciaiq.org/index.php/ciaiq2018/article/view/1658/1611. Acesso em: 16 jan. 2019.

LEFEVRE, A. M. C.; CRESTANA, M. F.; CORNETTA, V. K. A utilização da metododologia do discurso do sujeito coletivo na avaliação qualitativa dos cursos de especialização “Capacitação e Desenvolvimento de Recursos Humanos em Saúde-CADRHU”, São Paulo - 2002. Saúde Soc., São Paulo, v. 12, n. 2, p. 68-75, dez. 2003.

LEFÈVRE, F.; LEFÈVRE, A. M. C. Discurso do Sujeito Coletivo: pesquisa qualitativa levada a sério. 1. ed. São Paulo: USP, 2003. Disponível em: http://www.fsp.usp.br/~flefevre/Discurso_o_que_e.htm. Acesso em: 10 dez. 2018.

LEMOS, C. L. S. Educação Permanente em Saúde no Brasil: educação ou gerenciamento permanente? Ciênc. Saúde Colet., Rio de Janeiro, v. 21, n.3, p. 913-922, mar. 2016.

LIMA, V.V.; PADILHA, R.Q. Reflexões e inovações na educação de profissionais de saúde. 1. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2018.

LOPES, S. R. S. et al. Potencialidades da educação permanente para a transformação das práticas de saúde. Comum. Ciênc. Saúde, Brasília, v. 18, n. 2, p. 147-155, abr/jun. 2007.

MARQUES, G. P. Planejamento estratégico e inovação na Escola Nacional de Saúde Pública-ENSP. 2011. Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão de C&T em Saúde) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: bvssp.icict.fiocruz.br/lildbi/docsonline/get.php?id=2660. Acesso em: 10 dez. 2018.

MATUS, C. Política, planejamento & governo. 1. ed. Brasília: IPEA, 1993.

MERHY, E. E. Um ensaio sobre o médio e suas valises tecnológicas: contribuições para compreender as resstruturações produtivas do setor saúde. Interface, Botucatu, v. 4, n. 6, p. 109-116, fev. 2000.

MERHY, E. E.; FRANCO, T. B. Por uma composição técnica do trabalho em saúde centrada no campo relacional e nas tecnologias leves: apontando mudanças para os modelos tecno-assistenciais. Saúde Debate, Londrina, v. 27, n. 65, p. 316-323, set/dez. 2003.

MITRE, S. M. et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem na formação profissional em saúde: debates atuais. Ciênc. Saúde Colet., Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p. 2133-2144, dez. 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v13s2/v13s2a18.pdf. Acesso em: 15 jan. 2019.

OLIVEIRA, I. C.; CUTOLO, L. R. A. Humanização como expressão de integralidade. Mundo Saúde, São Paulo, v. 36, n.3, p. 502-506. 2012.

ONOCKO-CAMPOS, R. T. Psicanálise e saúde coletiva: Interfaces. 1. ed. São Paulo: Hucitec, 2012.

ROSSETTI, L. T. et al. Permanent education and health management: a conception of nurses. Rev. Pesqui. Cuid. Fundam., Rio de Janeiro, v.11, n.1, p.129-134, jan./mar. 2019. Disponível em: http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/6513/pdf. Acesso em: 28 jan. 2019.

SANTOS FILHO, S. B.; BARROS, M. E. B.; GOMES, R. S. A Política Nacional de Humanização como política que se faz no processo de trabalho em saúde. Interface, Botucatu, v. 13, n. 1, p. 603-13, 2009.

STROSCHEIN, K.A.; ZOCCHE, D.A. Educação permanente nos serviços de saúde: um estudo sobre as experiências realizadas no Brasil.Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, v.9, n.3, p. 505-519, nov. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tes/v9n3/v9n3a09.pdf. Acesso em: 25 jan. 2019.

TORRES, O. M. A proposição metodológica dos estágios de vivência no Sistema Único de Saúde: um resgate histórico. In: FERLA, A. A. et al. (org.). VER-SUS Brasil: cadernos de textos. 1. ed. Porto Alegre: Rede Unida, 2013. p. 6-28. Disponível em: http://www.otics.org/estacoes-de-observacao/versus/acervo/caderno-de-textos-do-ver-sus-brasil/caderno-de-textos-do-ver-sus-brasil-documento-eletronico. Acesso em: 15 jan. 2019.

TRAD, L. A. B. Grupos focais: conceitos, procedimentos e reflexões baseadas em experiências com o uso da técnica em pesquisas de saúde. Physis (Rio J.), Rio de Janeiro, v. 19, n. 3, p. 777-796, 2009.

VASCONCELOS, M. F. F. et al. In-between policies (CEH - Continuing Education in Health and NHP - Humanization National Policy): towards a way to educate in/for the Brazilian National Health System (SUS). Interface, Botucatu, v. 20, n. 59, p. 981-991, 2016.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

Publicado

2019-07-31

Como Citar

Lamante, M. P. S., Chirelli, M. Q., Pio, D. A. M., Tonhom, S. F. da R., Capel, M. C. M., & Corrêa, M. E. da S. H. (2019). A educação permanente e as práticas em saúde: concepções de uma equipe multiprofissional. Revista Pesquisa Qualitativa, 7(14), 230–244. https://doi.org/10.33361/RPQ.2019.v.7.n.14.268